Aparência
Sexta-feira santa
Na Sexta-feira Santa, ou Sexta-feira da Paixão do Senhor, celebra-se de forma especial a Morte do Senhor - que, juntamente com a sua Ressurreição, formam o único Mistério Pascal que é celebrado em cada Eucaristia.
Não é um dia de luto, mas sim de meditação e adoração da cruz de Cristo.
Neste dia não se celebra a Eucaristia. A comunhão que será distribuída foi consagrada no dia anterior.
A liturgia da Sexta-feira Santa
TL;DR
- Não há procissão ou bênção inicial;
- Ao chegar ao altar, todos se prostram por terra ou ajoelham-se por uns momentos;
- O Evangelho é lido a três vozes e sem velas ou incenso;
- A Oração Universal é mais longa;
- A Cruz irá em procissão até ao altar, acompanhada por velas;
- Os fiéis são convidados a adorar a Cruz;
- A Comunhão e preparação é mais simples, pois não há consagração;
- Não há bênção final.
Além do habitual, para esta missa é necessário:
- A Cruz estar preparada para a procissão, à entrada da igreja;
- Poderá ser preciso um véu (vermelho) para cobrir a cruz.
- A toalha do altar.
Não é preciso turíbulo neste dia ou a maior parte das coisas necessárias para a consagração: apenas o corporal.
A cor litúrgica deste dia é o vermelho.
O altar deve estar completamente despido: sem cruz, velas e toalhas.
A celebração faz-se normalmente pelas quinze (15) horas e tem três (3) partes: liturgia da palavra, adoração da cruz e a sagrada comunhão.
Liturgia da palavra
Esta celebração não tem procissão de entrada ou bênção inicial, pois é "uma só" com as restantes do tríduo pascal. Ao chegar ao altar, o sacerdote e os ministros (incluindo acólitos) prostram-se de rosto por terra ou põem-se de joelhos; e todos oram em silêncio durante algum tempo.
O Evangelho é lido a três vozes e sem velas ou incenso, tal como no Domingo de Ramos.
A Oração Universal neste dia é mais longa e reza-se:
- pela santa Igreja;
- pelo papa;
- por todos os ministros e pelos fiéis;
- pelos catecúmenos;
- pela unidade dos cristãos;
- pelos judeus;
- pelos que não crêem em Cristo;
- pelos que não crêem em Deus;
- pelos governantes;
- pelos atribulados.
Terminada a oração universal faz-se a adoração solene da Santa Cruz.
Adoração da Santa Cruz
Existem duas formas de apresentar a cruz:
- A Cruz, coberta com um véu, é levada até ao altar, acompanhada por acólitos com velas acesas. O sacerdote de pé, em frente ao altar, pega na Cruz, descobre-a um pouco (em cima), levanta-a e convida os fiéis à adoração. De seguida, descobre o braço direito e repete o convite. Por fim, descobre toda a Cruz e repete uma última vez o convite.
- O sacerdote dirige-se à porta da igreja onde está/recebe a Cruz, descoberta. Daí sai uma procissão, com a Cruz e acólitos com velas, até ao altar ou presbitério. O sacerdote, com a Cruz, para três vezes: junto à porta, no meio da igreja e à entrada do presbitério / em frente ao altar. A cada paragem, levanta a Cruz e faz o convite à adoração.
O convite à adoração é sempre feito com a fórmula:
Eis o madeiro da Cruz, na qual esteve suspenso o Salvador do mundo.
R: Vinde, adoremos.
Os ministros e os fiéis aproximam-se da Cruz, de forma ordeira, e fazem reverência à Cruz, com uma genuflexão ou por outro sinal apropriado (ex., beijando a cruz).
Deve ser exposta apenas uma Cruz
Se houver muitos fiéis, o sacerdote, depois de parte dos fiéis terem feito a sua adoração, levanta a Cruz e convida todos à adoração, silenciosa, do lugar.
Terminada a adoração a Cruz é colocada sobre/junto ao altar, com as velas ao seu lado.
Sagrada comunhão
Prepara-se o altar, colocando sobre ele a toalha, o corporal e o missal. A píxide com as hóstias consagradas no dia anterior é levada para o altar, acompanhada por velas.
Segue-se o Pai Nosso. Depois o sacerdote comunga e a comunhão é distribuída.
Depois da distribuição da comunhão, o sacerdote faz as orações finais e todos se retiram em silêncio. Tal como quinta-feira, não há bênção final.
Depois da celebração deve desnudar-se novamente o altar.